Lenda das Cataratas do Iguaçu - Redação de Português

Eu ainda não acredito que convenci o Dr. Dannigan a me levar na viagem que vai fazer a selva dos Kaingangs. O homem por quem me apaixonei – Daniel – vai junto. Bom mas deixa eu me apresentar: meu nome é Sandra Mello, mas todos os meus colegas de trabalho me chamam de Dra. S, menos o Daniel. Eu sou historiadora e médica.
Na caminhonete que estava nos levando a selva, tive que aguentar ouvir as histórias do Dr. Dannigan pela milésima vez. Todas inventadas para poder se achar o maioral.
Quando chegamos no hotel, nós fomos nos instalando. Demorei muito para ir jantar, mas em compensação vesti o meu melhor vestido, no qual eu fico deslumbrante. Acho que os dois doutores, que já estavam comendo, concordavam comigo. O que mais me deixou feliz aquela noite foi que o Daniel me convidou para jantar na noite seguinte em um dos melhores restaurantes da cidade onde estávamos.
No dia seguinte, eu e o Daniel fomos sozinhos procurar pela aldeia do Kaingangs. De repente ouvimos algumas batidas de tambores. Fomos seguindo-as e acabamos encontrando a aldeia. O único que sabia falar a nossa língua era o Cacique. Como estávamos sem armas, eles nos receberam com muita paz. Nos sentamos juntos na roda e o Cacique foi nos traduzindo as histórias magníficas que ouvíamos. Quando nós já estávamos prestes a ir embora o Cacique nos convidou para o casamento de Naipi com o Mal. No começo não entendemos direito. O Cacique percebeu que estamos confusos e disse o seguinte:
--- A cada primavera, oferecem em casamento ao Mal a mais bela jovem da tribo para moderar a sua maldade. E esse ano, vai ser a Naipi que irá se casar.
Nós achamos aquilo uma tolice, mas ficamos quietos, porque adoraríamos descobrir as diversas histórias e costumes daquela tribo.
Fomos direto ao hotel para nos arrumarmos, porque em menos de meia hora nos encontraríamos de novo no restaurante. Quando eu cheguei no restaurante, Daniel já estava a minha espera. Nós conversamos, nos divertimos, contamos piadas e no fim quando estava me levando ao meu quarto me deu um beijo de despedida. Abri a porta, fui até o meu quarto e comecei a pular de felicidade em cima da cama. Eu tinha conseguido o que queria! Nós estávamos “ficando”, como diz a minha sobrinha.
Na manhã seguinte, depois do café, eu e o Daniel fomos direto para a aldeia, porque iríamos conhecer a tal Naipi.
Chegando lá, vi que Naipi era realmente uma mulher muito bonita. Infelizmente, acho que o Daniel também achou isso... Ela também sabia falar o nosso idioma. Sinceramente a achei uma menina muito simpática. Nós ficamos muito amigas.
O que mais gostei nela, era que ela não estava nua como a maioria das mulheres ali. Ela estava perfeitamente vestida com um vestido que ela mesma tinha feito. Por causa disso convidei-a para nos acompanhar até o hotel.
Chegando no hotel -- eu e a Naipi --, fomos direto ao meu quarto e começamos a conversar. Ela me disse que não queria se casar com o Mal, mas para o bem da sua tribo ia fazer este sacrifício. Então, depois de um tempo conversando, ela me disse que tinha se apaixonado completamente por um dos homens que foram convidados ao seu casamento e que até já tinham se encontrado e ficado aos beijos escondidos. Ela me pediu ajuda sobre o que fazer e eu disse que ela tinha que seguir seu coração.
No dia seguinte eu e o Daniel nos encontramos de novo, só que dessa vez no meu quarto. Nós nos beijamos tantas vezes, que até perdi a conta. No final do dia, eu e ele estávamos namorando. Isso é tão bom! Por ser tão bom fui visitar Naipi na aldeia, para lhe contar detalhe por detalhe. Depois de um tempinho conversando, perguntei o que iria fazer quanto ao seu namorado secreto. Ela me disse que o nome do tal índio era Tarobá e me contou que tinham um plano, só não me disse qual.
No dia do Casamento, quando cheguei a aldeia estavam todos aos berros. Demorou um pouco para eu e o Daniel percebermos que o motivo de tanta aflição era porque a noiva tinha fugido! Eu e o Daniel ficamos preocupados, porque nós sabíamos que se o Mal descobrisse, Naipi e Tarobá estariam mortos. Fomos direto para o rio quando de repente vi o que eu temia. Uma enorme serpente, prestes a matar Naipi e Tarobá.
--- Não ouse machucar esses dois apaixonados!!!! – eu disse gritando – Eles se amam e mesmo se matá-los eles nunca iram se separar!!!!
Pelo jeito o Mal não gostou muito do que eu disse, porque me atirou uma flecha e num ato de bravura, Daniel pulou na minha frente, fazendo a flecha atingir a sua barriga. Ele começou a sangrar sem parar e eu comecei a chorar e me desesperar. Daí lembrei que eu era uma médica que já tinha cuidado de ferimentos muito piores. No final, consegui levá-lo até a aldeia e cuidar dos seus ferimentos. Depois que ele já estava bem fui direto ao rio, mas parece que eu cheguei tarde demais, a Serpente tinha criado uma cratera no fundo do rio. As águas todas se precipitaram no buraco. Naipi tinha virado uma pedra no fundo das águas e o Tarobá em uma palmeira em cima das pedras.
Eu criei diversos experimentos, mas nada reverteu o feitiço do Mal. Eu chamo a cratera que a Serpente fez de uma coisa inacreditável, mas a maioria das pessoas chamam de Cataratas do Iguaçu.

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